Casa12Volts - uma ideia do Século XXI

Para funcionar, o projeto elétrico da Casa12Volts não depende do represamento de rios ou da queima de carvão vegetal ou, ainda, do uso de combustíveis fósseis, pois utiliza as forças infinitas da Natureza para gerar energias renováveis e acender lâmpadas, ligar equipamentos eletroeletrônicos e, também, para aquecer água.

A Casa12Volts, primeira em CC do Brasil, foi criada para ser um espaço de educação ambiental e apresentar à sociedade alternativas de como produzir a própria energia elétrica, fazer o monitoramento da geração e do consumo e, como resultado desse processo, obter eficiência energética.

A partir da implantação do projeto na Aldeia Mayrowi, do povo de etnia Apiaká, o projeto que dispunha da instalação elétrica e aquecimento solar de água, começou a considerar outras necessidades básicas que deveriam integrar-se à Casa12Volts para melhor atender as comunidades carentes.

Assim, o projeto incorporou fossa biológica, horta agroecológica, captação de água de chuva e coleta seletiva.

Atualmente, a Casa12Volts apresenta-se como alternativa para diversas comunidades carentes, no que tange a um modo de vida ambientalmente correto, econômico e sustentável.

O crescimento econômico e populacional no mundo está em ascensão e junto cresce também o consumo de energia elétrica, sem a qual é impossível promover o desenvolvimento de qualquer país. Por outro lado, as desigualdades sociais ainda são alarmantes e no período da pandemia o número de pessoas em situação de fome cresceu também.

Atualmente, a matriz da fonte energética brasileira é composta, essencialmente, por hidrelétricas; melhor dizendo, pelo represamento de rios, inundação de áreas ambientais que guardam vidas e histórias de pessoas, além de fauna e flora local, muitas vezes, endêmicas.

Podemos dizer que para a energia elétrica chegar até às casas, escolas ou locais de trabalho, foi preciso mudar a natureza do rio e interromper seu fluxo natural para gerar essa energia.

Frequentemente, o sistema elétrico brasileiro demonstra possuir instabilidade no fornecimento de energia e a incapacidade para atender, com qualidade, presteza e preços justos, as demandas da população por energia elétrica.

É frequente, também, o registro de apagões e aumentos das tarifas de energia para manter um sistema com sinais de esgotamento e de ser ultrapassado.

Na realidade, o incentivo para instalação de sistemas Tie-Grid (que devolvem o excedente da produção de eletricidade para as concessionárias), em casas, empresas e indústrias, é apenas uma forma de minimizar a ineficiência da matriz energética vigente no Brasil.

Nesse contexto, qual é a situação das comunidades carentes no Brasil e em outros lugares no mundo?

O Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD), em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), produziram um relatório, a partir do monitoramento dos progressos em relação ao fornecimento de energia elétrica sustentável e acessível para todas as pessoas até 2030. Nesse relatório consta que atualmente 733 milhões de pessoas no mundo, ainda não têm acesso à eletricidade.

O relatório considera que no “ritmo atual de eletrificação, cerca de 8% da população mundial permanecerá sem acesso à eletricidade em 2030", ou seja, cerca de 670 milhões de pessoas. 

São milhões de pessoas no mundo vivendo a pobreza energética. Por isso, o Projeto Casa12Volts apresenta proposta real de contornar essa crise, superar os desafios e alcançar as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A Casa12Volts é uma solução econômica, que garante autonomia e eficiência energética, além de proporcionar outras vantagens como captação de água de chuva, horta agroecológica, aquecimento solar, coleta seletiva e biofossa.

Porém, há algo muito importante que a Casa12Volts oferece aos consumidores de energia elétrica e que torna esse projeto muito especial: autonomia energética!

Além de consumir a energia obtida por fontes renováveis, é possível monitorar a produção e o consumo diário de energia e isso faz muita diferença, pois possibilita um consumo consciente por parte das pessoas.

O desenvolvimento sustentável que desejamos alcançar precisa considerar o consumidor como sujeito crítico do processo de produção. Não é possível pensar em sustentabilidade e manter o consumidor na forma passiva, ou seja, consome e não sabe porque, de onde vem, como foi feito e assim por diante.

Por isso, o projeto Casa12Volts também é desafiador: sugere mudanças de paradigmas quanto a produção de energia elétrica, trazendo o consumidor para o centro das decisões e propõe o incentivo à indústria para a produção de eletroeletrônicos em corrente contínua. 

Essencialmente, a proposta do projeto visa proporcionar mudanças no modo de produção e de consumo da energia elétrica para atender pessoas e comunidades carentes. Além, é claro, de oferecer mais qualidade de vida com a introdução de biofossa, horta agroecológica, coleta seletiva, aquecimento solar e captação de água de chuva.

A contribuição da Casa12Volts com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável é enorme e, acima de tudo, sincera. Pois, atender as comunidades carentes em suas necessidades básicas passa por eliminar as barreiras burocráticas dos orçamentos governamentais e dos acordos “Ad aeternum”, que mantem contratos com projetos e grandes obras que já estão obsoletos e defendem uma energia do século passado.

Por tudo isso, a mudança é de paradigmas também.

Com a implantação da Casa12Volts será possível:

• Contribuir com a redução de C02 na atmosfera;
• Promover a educação ambiental, antes, durante e após a sua implantação;
• Contribuir com o desenvolvimento sustentável das cidades;
• Contribuir com a inclusão das pessoas pobres no acesso e uso das energias elétricas;
• Contribuir com a inclusão das pessoas pobres no acesso ao saneamento básico;
• Promover e contribuir com a educação alimentar
• Promover e incentivar o plantio agroecológico
• Promover e incentivar o uso sustentável da água;
• Promover a igualdade de gênero no acesso e na profissionalização para a manutenção do sistema offgrid;
• Contribuir para minimizar os efeitos das mudanças climáticas;
• Contribuir com a política governamental no cumprimento de várias metas dos ODS.

Início: setembro de 2021.

Finalização: fevereiro de 2023.

Localização: Centro de Educação Ambiental Mandembo / Rio Manso / MG.

Situação: Concluído.

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